quarta-feira, 13 de março de 2019

Dia 89 A história de Whindersson Nunes

Posted by Gabriel Orcioli on março 13, 2019 in | No comments

A história de Whindersson Nunes é uma história muito bonita porém esse tipo de história de muito sofrimento e dor somente acontece porque o sistema é como é. Se o sistema atual não fosse como é, histórias de tanto sofrimento como a do Whinderson não iriam existir.
A partir de agora vou colocar aqui pra você a história de Whinderson Nunca mas se quiserem podem clicar aqui e ouvir e ver ele mesmo contando a história dele. Ele mesmo conta a própria história:

Quando eu sai de casa meu sonho não era ser comediante, não era ser cantor. Meu sonho quando sai de casa era ser alguém na vida.

Minha família sempre foi muito pobre e eu saia pedindo dinheiro na minha cidade para juntar o dinheiro para comprar a passagem pra vir pra cá para Teresina.

Meu pai e minha mãe não tinham dinheiro. Eu saia pedindo dinheiro na minha cidade. Pedia nos comércios. Consegui juntar a passagem. Fui para Teresina com 5 reais no bolso, 2,50 pra comer uma coxinha e 2,50 pra quando chegar lá pegar o ônibus pra vim pra casa do Bob.

No caminho perdi o dinheiro. O primeiro dinheiro que consegui com o Youtube comprei uma casa? Não! 

Comprei um Playstation 3. Sabe por que?

Por que teve um tempo que tinha um menino perto da minha casa vendendo um Nintendo. Sabe por quanto? 50,00 reais. Meu pai não tinha condição de comprar um Nintendo de 50,00 reais. Com o primeiro dinheiro do Youtube comprei um vídeo game.

No próximo pagamento arrumei uma Kitnet pra mim morar. Não tinha nada dentro. Somente o dinheiro do Aluguel. Paguei o aluguel, limpei e fui morar lá dentro sem nada.

Achando pouco adotei uma cachorrinha. Eu dormia no chão abraçado com essa cachorra. Tinha dia que eu não sabia se comprava uma marmitex (quentinha) pra eu comer ou uma sacola de ração para a cachorra.

Isso que é o foda. A maioria das pessoas veem apenas os resultados e ignoram todo o caminho percorrido até alguém chegar ao sucesso. A programação humana faz os mais mal desenvolvidos verem apenas resultados ao invés de analisarem tudo o que aconteceu até o sucesso acontecer.

Eu tinha que escolher ou tomar café da manhã, ou almoçar ou jantar. Eu fazia apenas uma refeição por dia.

O que me fazia muito mal não era a falta de comida mas sim quando meu pai me ligava a primeira coisa que meu pai perguntava era se eu já tinha comido. E eu dizia “já pai” mas eu mentia. Dormi pra esquecer a fome é bom, mas quando você acorda o estomago treme novamente de fome e não tem pra onde fugir.

O meu pai também fazia muitos sacrifícios. As vezes ele tinha que decidir entre mandar o dinheiro pro menino comer na escola ou vou colocar gasolina na minha moto pra trabalhar?

Finalizando

Whinderson não é o único que sofre tanto por causa do sistema atual. Muitas outras pessoas ainda passam fome, vivem na miséria, sem qualquer chance de sair do buraco que se encontra. Meu objetivo é acabar com o sistema atual e colocar algo muito melhor em troca. Dessa forma essas histórias como a de Whinderson Nunes deixará de existir. Enquanto o sistema atual for o que é, essas histórias de fome e miséria, nunca irão acabar.

Eis a mensagem que Whinderson escreveu para seus pais nas redes sociais:

Meus dois irmãos estudavam a mesma série, mas um tinha que estudar de manhã e outro à tarde, porque só tinham um tênis, um lápis e um caderno, quando um chegava tirava a roupa e a mochila e dava pro outro. Quando eles casaram, a casa tinha uma cama de solteiro e uma mesa com duas cadeiras. Mudamos de casa na mesma cidade por falta de dinheiro quase 20 vezes. 

Demitiram meu pai da prefeitura quando a oposição ganhou, quando mudamos de cidade pra tentar uma vida eu perguntava, ‘pai, porque vou deixar meus amigos mais uma vez?’. E lá vamos nós mais uma vez do zero. Desempregado, quatro filhos, comprou um barraco que a gente dormia com medo do teto cair em cima da gente, fez um empréstimo de mil e poucos reais e comprou uma moto, minha mãe endoidou perguntando como ele ia pagar a moto. Passou numa farmácia, comprou remédios, me botou na garupa da moto e fomos pro interior vender a quem não conseguia ir até a cidade. Tudo: pra dor de cabeça, nos ossos, pra tosse. Meu pai lia as bulas dos remédios pra aprender, tanto que até eu aprendi, com 5 anos de idade eu era um farmacêutico. kkk O povo dizia a dor eu corria na moto pegar o remédio. Me lembro como se fosse hoje. Fizemos um monte de amigos velhinhos nesses interior do Piauí, muitos já se foram. Era sofrido, mas nós éramos felizes demais! Hoje, graças a Deus, tenho condição de dar a eles tudo que eles não tiveram, vocês precisavam ver a cara dele quando viu a cor da água, sorria que nem menino! Trinta anos de casados, de sofrimento, de briga, de beijo, de sorriso, porque ôh povo gaiato da p****. E se um dia, que deusulivre [sic], nós voltarmos a ser pobres, vamos todo mundo pro mesmo barraco, vender remédio no interior, porque clientes nós vamos ter! Amo vocês demais, meus velhinhos.”


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