Posted by Gabriel Orcioli on março 30, 2019 in Meditações Diárias | No comments
Eu quero te dar alguns exemplos e problemas.
Situação
1: o exagero
Imagine a situação onde você está em público, com várias
outras pessoas e alguém fica te provocando. A pessoa provoca uma vez e você não
faz nada. Então a pessoa provoca novamente e você não faz nada. A pessoa
provoca pela terceira vez e então você se estoura e fala gritando: “Vamos parar com essa porra caralho”.
Essa foi a reação correta para a situação?
Em primeiro lugar foi que a provocação era de baixo nível ou
seja, provocações fáceis de lidar. Para lidar com a provocação a pessoa
poderia:
¨
Jogar
na mesma moeda
¨
Dizer
algo do tipo: “Vou esfriar minha cabeça porque se eu continuar do seu lado, vou
quebrar a sua cara”.
¨
Poderia
chamar a pessoa de canto e dar um ultimato
¨
Poderia
usar um ou dois avisos e depois o ultimato
¨
Poderia
trocar de lugar com outra pessoa
¨
Poderia
sair da situação
Entre outras. Perceba que nessa situação a pessoa em questão
ao reagir de forma exagerada:
¨
Prejudicou
o grupo inteiro porque agora o grupo inteiro passou vergonha sem necessidade
¨
Você
demonstrou ser alguém que é incapaz de se adaptar a situação
¨
Você
exagerou na situação, criando um cenário onde você terá que se desculpar. Mas
por que? Por que sua reação foi tão pior que a provocação, que a pessoa que
provocou é a vítima e você o agressor.
¨
Você
perdeu valor.
¨
Criou
inimigos sem necessidade.
Entre outros.
Você se lembra que
em textos anteriores falei sobre evitar situações de constrangimento ou
humilhantes das quais você mesmo cria?
Então, essa é uma das situações onde a pessoa criou uma
situação onde ela prejudica a si mesma. Ela não tem culpa pelo que não sabe,
mas a forma como resolveu a situação é problema dela. E uma vez que você perde
valor, não tem como voltar facilmente atrás. Em muitos casos é praticamente
impossível porque seu erro foi tão grande, que as pessoas se sentem tão
prejudicadas que irão se afastar de você.
Como você provavelmente se acha a vítima, não conseguirá ver
que sua reação foi tão ruim, que você saiu do papel de vítima e se tornou o agressor
e o agressor agora se tornou a vítima.
Percebeu como a reação exagerada faz a vítima se tornar o
agressor e o agressor em vítima?
Situação
2: a fraqueza
Imagine que você tem um terreno e a pessoa diga que irá dar
uma caixa de som em troca do seu terreno. Como reação fica demonstra chateação,
mas principalmente usa o silêncio.
Depois, quando todos estão juntos em um lugar, a pessoa faz a
mesma provocação novamente, e você não reage bem novamente, perdendo seu valor
e se colocando em uma posição de constrangimento.
Qual foi o
erro?
Nessa situação existem vários erros como:
¨
De médio e longo prazo: a pessoa tem baixo valor. O que
permite que os agressores a provoquem mais e mais vezes.
¨
A
pessoa não resolveu o problema logo na primeira vez que aconteceu
¨
A
pessoa não reagiu bem na primeira vez e não reagiu bem na segunda vez
Podemos perceber novamente que as respostas não foram as
melhores. No caso a pessoa se deixou levar pelo que sentia e acreditou que
estava tomando a decisão certa ao ficar calada. Nesse caso o silêncio não foi
uma boa resposta.
Quais seriam respostas melhores?
¨
Humor: se você dar duas caixas de som, eu
aceito o negócio.
¨
Jogar na mesma moeda: você fala mal do meu terreno mas
anda com um carro horrível
¨
Demonstrar
insatisfação: Uau, você consegue ser chato hein Jesus
¨
Demonstrar valor superior: irei fazer casas no terreno e irei
alugar. Depois irei comprar mais terrenos e alugar novamente. Até os 60 anos
acredito que terei cerca de 30 casas. O que acha da ideia?
Qualquer uma dessas respostas seriam o suficiente para
resolver o problema. Ao reagir corretamente você desarma o agressor e você
ganha muito valor.
Também perceba que nessa situação não tem apenas uma resposta
correta, tem várias. Por isso eu disse no texto anterior que não existe apenas
uma única resposta para todas as situações.
É assim que resolvemos o problema de curto prazo. Porém, como resolver o problema de médio
e longo prazo?
Nesse caso você precisa se focar em algumas coisas:
¨
Aumentar
seu valor através do desenvolvimento
¨
Trabalhar
em suas características de homem
¨
Melhorar
sua inteligência social
¨
Melhorar
sua inteligência emocional
¨
Trabalhar
em cima de administração de problemas e conflitos
Entre outros. De nada adianta ter boas respostas de curto
prazo para lidar com provocações e bullying, quando você mantem o problema no
médio e longo prazo. Minha dica é para além de ter as respostas no curto prazo
que também trabalhe em aumentar seu valor e melhorar seu desenvolvimento.
Dessa forma você ataca dois problemas de uma única vez.
Gostou da ideia?
Situação
3: brincadeira de mal gosto
Certa vez, uma pessoa com seus 40 anos, parou de me chamar de
Gabriel e começou a me chamar de Gaybriel.
Qual a solução?
Claro que se desesperar e ser o mínimo racional, não ajuda em
nada. Eu percebi que na primeira situação onde ele usou essa brincadeira que eu
odeio, não tinha como fazer. Então guardei, e eu analisei a situação
verificando se era o melhor momento e era, porque a pessoa estava bem, não
estava cansada, então o momento era ideal.
Quando ele me chamou pela segunda vez, eu cheguei na pessoa e
dei um aviso. Como foi no trabalho eu basicamente disse que não gostava desse
tipo de brincadeira, principalmente no meu trabalho.
No caso, essa era uma pessoa mais passiva e de baixa
manutenção, e que acatou o que eu disse na hora, pedindo desculpas na hora.
Nunca mais a pessoa me chamou de Gaybriel.
Agora, e se a pessoa
não fosse passiva e muito menos de baixa manutenção?
Em muitos casos, basta conversar e pronto, porém em outros
casos, não adiantará nada porque como a pessoa gosta de provocar e de ver você
correndo atrás, então não vai parar.
Em casos assim, é uma excelente ideia seguir a seguinte
regra:
¨
Se
me trata mal e tenta me prejudicar, eu precisarei me defender e irei jogar na
mesma moeda.
No caso, irei encontrar formas de humilhar a pessoa e fazê-la
passar vergonha sem que eu me prejudique. Por exemplo, se for em público poso
apelar para demonstrações de maturidade. Fazendo com que as outras pessoas deem
muito mais valor ao que eu digo, do que em relação a provocação.
Por exemplo, posso dizer: “eu te considero, respeito você, mas temos
que respeitar melhor as pessoas, principalmente ao usar brincadeiras sem graça
que podem acarretar consequências nada agradáveis.”.
Posso optar por dar um ultimato em público ou posso optar por
jogar na mesma moeda, colocando um apelido ainda pior para a pessoa. Eis um
exemplo de diálogo:
Provocador: Esse daqui é o Gaybriel
Gabriel: e aí seu viado, como você está?
Perceba que quando ambos os lados se ofendem é como se ambos
se neutralizassem porém dificilmente irá criar uma neutralização quando você
ficar nervoso. Neste caso, usar o humor, como se conhecesse a pessoa a um bom
tempo, é uma excelente forma de não perder valor.
Como você pode ver existem muitas soluções para o problema.
Em algumas situações você irá pegar um apelido que irá levar por muito tempo, e
mesmo que não queira o apelido irá pegar. Quanto mais nervoso ou pior se sentir
por causa do apelido, pior será porque agora o apelido não irá desaparecer em
alguns meses ou anos. Por causa de sua reação irá durar muito mais tempo.
Porém, tudo muda quando você começa a se posicionar
corretamente.
Situação
4: desrespeito
Imagine que você está no meio de amigos e por alguma coisa
eles dizem algo sobre você ou sobre alguém que você não aprova. Se você não
fizer nada, então está dizendo que a situação prejudicial pode acontecer
novamente.
O que fazer?
Essa é uma das situações onde aplicar o ultimato é a melhor
resposta. Em muitos casos poderá usar o ultimato na hora ou então pode deixar a
situação passar e conversar ou resolver o problema com a pessoa em particular.
Em relação ao particular, a ideia é evitar criar uma situação
prejudicial. Por exemplo, se você perceber que foi desrespeito em público e não
fez nada, esperando para resolver em particular, significa que criou um cenário
social onde as pessoas podem desrespeitá-lo.
Isso significa que, por mais que você tenha resolvido a
situação em privado, o seu valor social continua ruim. A mensagem que passou
foi que as pessoas podem desrespeitar você em público. Sendo assim, em
situações públicas, você terá que aprender a usar o ultimato para aumentar seu
valor. No caso pode contar uma história antes de aplicar o ultimato, se quiser.
Ou então pode ser direto, dando o ultimato ou pode primeiro criar um cenário
positivo por exemplo:
¨
Fulano, eu considero
você pra caramba, lembra do dia em que você fez isso e isso por mim? Então, se
você falar novamente assim comigo eu vou terminar nossa amizade
Em alguns casos pode ir mais longe, finalizando com algo do
tipo: “se
você não parar com isso agora, eu vou quebrar a sua cara”.
A ideia aqui é eliminar a ameaça antes que ela cresça e fique
muito pior. Ao ser desrespeitado uma vez em público, mesmo que resolva o
problema em particular, o seu valor social irá cair muito porque você passou a
mensagem de que as pessoas podem desrespeitá-lo.
Perceba que tudo que você aprendeu até agora se completa. E
acredito que finalmente descobriu que não existe apenas uma resposta para
várias situações ou pessoas.
Como dica final, analise os padrões das pessoas, o tipo de
agressão que sofreu, e como pode lidar melhor com isso.
Existem outras respostas para lidar com provocações como:
¨
Não tenho tempo para brincadeiras infantis. Tenho coisas
melhores pra fazer (vire as costas e vá embora)
Lembre-se de nossas regras:
1.
Resolva
os problemas enquanto são pequenos
2.
Resolva
os problemas no curto prazo mas também no médio e longo prazo
3.
Foque-se
em aumentar seu valor ou seja, se desenvolvendo corretamente
4.
Seja
mais racional que emocional. Se está ruim emocionalmente, se afaste da
situação. Esfrie a cabeça e depois volte.
5.
Se
a pessoa te trata bem, então trate-a bem. Se a pessoa te trata mal, então
trate-a pior ainda.
6.
Não
tenho medo de apanhar porque é do medo que do constrangimento que os agressores
vivem.
7.
Sempre
foque-se em ter reações que ofereçam a melhor resposta
8.
Sempre
estude sobre administração de problemas e conflitos
Essas regras são básicas porém podem fazer muita diferença em
sua vida. Entenda que quanto maior for o seu valor, mais as pessoas irão evitar
provoca-lo(a).
9.
Foque-se
no que pode mudar. Esqueça todo o resto. Se você não tem um chinelo e as
pessoas zoam você por causa disso, espere eles zoarem você e depois, vá até a
frente da sala e diga que sua família é pobre e que não tem dinheiro pra
comprar um chinelo e que as vezes você passa fome porque não tem comida, as
vezes passa frio porque não tem roupa ou cobertor e depois diga que você quando
está em casa só pensa em tirar a própria vida e que quando chega na escola é
como se fosse um fuga porém eles, fazem as coisas serem muito difícil e diga
que se alguém puder ajudar doando um sapato que você aceitaria.
Essa estratégia a primeira vez em que vi foi em um filme,
onde o homem aparece em uma reunião com baile, e mostra a realidade de uma
criança e um dos ricaços pegou uma banana e jogou para a criança faminta. O que
ele fez foi pegar a banana, descascar a banana e perguntar se a criança estava
com fome. Ela disse que estava com fome e comeu a banana.
Em consequência dessa ação, muitas das pessoas ali tiveram
empatia pela situação, doaram grandes quantias em dinheiro e várias pessoas
resolveram acompanha-lo nessa luta contra a fome, ajudando várias crianças
carentes.
O que ele fez foi sensacional e essa é minha última dica
sobre provocações. O que ele fez foi:
¨
Fazer do limão, uma limonada
Significa pegar uma situação ruim e invertê-la. Para isso é
preciso ser o mais racional possível. No caso do garoto que não tinha um
chinelo, a estratégia é dizer a verdade do porque ele não tem um tênis. Se ele
contar a verdade, explicando o quanto a situação dele é ruim, o bullying iria
parar ou diminuir.
Porém, me diga uma coisa: como uma criança será capaz de fazer isso?
É quase impossível. Logo, voltamos para o problema original:
o sistema atual. Se o sistema não fosse essa porcaria que é, as coisas seriam
bem melhores. Que tal mudarmos o
sistema para melhor?
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