Posted by Gabriel Orcioli on janeiro 02, 2019 in Dor e Sofrimento, Histórias de Superação, Histórias sensacionais, Meditações Diárias, Política, Traumas | No comments
Na história da humanidade, vários seres humanos tiveram que
suportam terríveis dores. Dores das quais não deveriam suportar ou passar. A
história de hoje é uma história de superação, amor e motivação. Essa história é
muito poderosa e traz lições realmente importantes.
Sempre me pergunto: como
podemos fazer com que o mundo seja melhor? O que posso fazer para ajudar a
eliminar os problemas e dores das pessoas para que elas possam viver melhor e
mais felizes?
Eu cheguei a única conclusão possível: o amor é poderoso porém nossos inimigos
não respeitam o amor, não respeitam nossa tolerância e muito menos nosso estilo
de vida. Eles tiram tudo de nós e
nos deixam com nada.
Avaliando a história, menos de 5% dos inimigos que
enfrentaram o amor e a tolerância respeitaram as pessoas que ofereciam amor e
tolerância. No resto, ao redor de todo o globo, incluindo o próprio Jesus
Cristo entre muitos outros, foram torturados e mortos.
O que aprendi nesse mundo é que o amor tem um grande poder
para unir as pessoas mas o amor não é algo que nossos inimigos respeitam.
Talvez você descubra que nossos inimigos somente respeitam e temem a força.
Demonstrar amor e tolerância, segundo a cultura e as vontades de nossos
inimigos é fraqueza. Quando eles veem fraquezas, atacam. Eles são como tubarões
quando sentem o “cheiro” de sangue na água. No caso o “sangue na água” é o
amor, respeito e tolerância com que temos com nossos inimigos e com as
diferenças.
Para nós, amor, respeito e tolerância são maravilhosos, mas
para nossos inimigos é fraqueza. A história de hoje além de ser um exemplo de
superação e motivação demonstra a intolerância, a falta de amor e o desrespeito
que nossos inimigos tem por nós.
A história de hoje
aconteceu no congo. É uma história real e você pode assistir ao documentário
“City of Joy” para ter todos os detalhes. Eis a história:
_______
No final dos anos 90, quando comecei a trabalhar com mulheres (ginecologista e cirurgião) eu as entrevistava.
Quando você ouve o que aconteceu através das histórias que as
mulheres contam, fico emocionado, mas quando mostram o que houve, mostram as
cicatrizes, cheguei a um ponto em que minha cabeça não funcionava bem.
Pela primeira eu vi uma, duas, três, quarenta, cem, mil, dez
mil, acha que isso foi fácil?
Eu pensava comigo: “Isso não pode continuar”. Eu não dormia,
tinha pesadelos, tinha espasmos no coração.
Eu lembrava dessas coisas e dizia: “cadê minha filha?”. E logo depois,
antes de vê-la, eu começava a tremer. Eu me perguntava onde ela estava porque
se fosse com minha filha, o que eu me tornaria?
Mas ninguém me ouvia, quando eu disse que um genocídio estava
acontecendo e principalmente quando eu disse que “vaginas estavam sendo
destruídas”. Pensaram que eu estava louco. Zombaram de mim. Pensei em ir embora
do Congo e de fato, tentei ir. Depois de um tempo mulheres que ganhavam menos
de 2 dólares por mês, começaram a enviar seu dinheiro, alimentos e roupas para
que eu ficasse. Como poderia negar um sacrifício assim? Elas estavam entregando
tudo que tinham. Elas perderam tudo e depositaram suas esperanças em mim.
Eu tenho amigos fora do país, poderia exercer a ginecologia
lá fora.
Por que continuar se ninguém entendia ou ajudava?
Em toda a minha vida, quando me senti perdido, se fosse a
vontade de Deus, ele abriria uma porta estreita para eu passar. Eu me lembro
muito bem uma das histórias de superação mais incríveis que presenciei. A
história de Jane. Essa é a história de Jane contada por ela:
Quando vim para a cidade da Esperança eu não estava feliz.
Mas falei pra mim mesma: “Ainda há
quem se importe”. Eu me sentia desprezível e guardava isso pra mim.
Não tínhamos experiência com a guerra quando tudo isso
começou. Quando ouvimos a palavra “estupro” pela primeira vez, não sabíamos o
que era. Nem imaginávamos essa palavra. Mas aí ouvimos o que os soldados
estavam surgindo do nada.
Soubemos que meninas estavam morrendo. Foi aí que começamos a
viver com medo.
Eu lembro que eu estava na casa do meu tio, dormindo. Eles nos
levaram para a floresta. Arrancaram as genitálias do meu tio, seus braços e
pernas. Furaram os olhos dele e deixaram ele vivo. Depois me estupraram e me
deixaram amarrada numa árvore.
Me deixaram naquela árvore por quase dois meses. Meus braços
incharam. Eles cortaram meu tio e o cadáver dele caiu em mim. Me deixaram lá.
Eu não podia me mexer.
Quando os soldados bons nos encontraram, três de nós tinham
sido assassinados. Eu já estava grávida de um mês. Eles me levaram. Eu estava
debilitada. Quando cheguei em cada, ninguém estava lá. Quando tentava dormir,
eu tinha pesadelos. Eu estava tão assustada.
Quando estava grávida de seis meses, a milícia me raptou de
novo. Me acertaram na barriga com o facão. A bolsa estourou e tive que dar à
luz ali. Me ajudaram no parto, mas quebraram minha pélvis durante o parto. O
bebê saiu deteriorado.
Quando andei tive que arrastar minhas pernas. Minha barriga
estava muito inchada. Havia restos do bebê presos por dentro, que não tinham
saído. Eu sentia muita dor, todo santo dia. Quando voltei fiquei na casa dos
vizinhos.
Saia um cheiro ruim da minha boca e da vagina. Meus vizinhos
souberam na igreja que um helicóptero fazia buscas por pessoas sofrendo como
eu. Foi difícil para todos me moverem, porque todo meu corpo estava podre.
No final, tiveram que me levar nunca cesta. Me colocaram numa
cesta grande e colocaram nas costas de um homem, e foi assim que chegamos ao
aeroporto.
No dia que cheguei ao Panzi, cheguei inconsciente. Eu
conseguia ouvir, mas não podia falar. Eu fiquei lá por sete anos.
_____
Quando Jane chegou ao hospital, nunca pensamos que ela
sobreviveria. Ela é uma mulher que tentaram destruir fisicamente, moral e espiritualmente.
Mas apesar de tudo isso, ela foi forte pra dizer: “Nós vamos viver, vamos viver pelos
outros”.
Ela não tem filhos nem família. Está sozinha, mas sempre
lutou pelos outros. E acho que esse amor, esse desejo por lutar pelos outros,
mesmo quando tudo foi destruído, eu acredito que é o símbolo da luta das
mulheres congolesas.
“Nós nos
amamos, por causa de nossa dor e da conexão entre nós.” – Jane.
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Quando os tolos sobem ao poder o pior acontece e nós, os fortes e sábios, não podemos permitir
que isso continue. Se não ficarmos fortes, esse mal irá continuar. Não
pense que sua vida não pode ser afetada. Isso seria tolice. Sua vida já está
sendo afetada todos os dias, só que você provavelmente chama isso de “normal”.
Não existe perdão para os tolos e principalmente para nossos
inimigos. É justamente o que temos de maior valor que os tolos e inimigos usam
contra nós. Eles nos veem como fracos
por causa de nosso amor, tolerância e respeito. Pense nisso e tente
descobrir se existe verdade no que acabei de dizer. Pense se é loucura o que
realmente estou dizendo e depois olhe ao redor do mundo e veja o que nossos
inimigos estão fazendo. Você verá a verdade e a verdade mostrará o caminho a
ser seguido.
Em muitas guerras, principalmente na primeira e segunda
guerra mundial ocorreu o que nós chamamos de “guerra ideológica”. Logo em seguida veio a guerra física.
Hoje, nós estamos próximo a terceira guerra mundial porque estamos vivendo
novamente uma guerra ideológica.
Essas guerras são consequências do sistema atual como
conhecemos. Você sabe e sente que tem algo errado, apenas tem dificuldades em
identificar o que está errado. Muitas vezes confundimos o sintoma com o
problema. Melhorando o sistema, não será mais possível existir a guerra ideológica
e como consequência não existirá a violência da guerra física. O que significa
que estaremos próximos da paz mundial.
O que
você realmente tem feito para melhorar o mundo?
Lembre-se que seu amor, sua tolerância e principalmente seu
respeito é aceito e visto por seus inimigos como fraqueza. Eles somente
respeitam a força. Por isso além de termos amor, tolerância e respeito, temos
que ficar cada vez mais fortes. Somente assim nossos inimigos irão nos temer e
somente com o temor deles teremos paz.
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