domingo, 3 de fevereiro de 2019

Dia 49 Carlos Wizzard

Posted by Gabriel Orcioli on fevereiro 03, 2019 in | No comments

“O Sucesso acontece quando a preparação encontra a oportunidade”

Nós, conscientemente ou inconscientemente estamos em um processo continuo de preparação. Toda aquela bagagem acumulada até o momento, vai nos ajudar a ter a inspiração correta para tomar o rumo certo.

Eu, Carlos Wizzard, venho de uma família simples: meu pai era motorista de caminhão e minha mãe costureira. Naquela época eles tinham sete filhos. Meus pais achavam que na década de 60 havia muita maldade no mundo. Eles procuravam criar a família em um espirito de dignidade.

Embora meus pais fossem criados como católicos, eles acharam por bem que deviam buscar uma nova fé pra seguir e criar os filhos. Então foi naquele momento de vida que eles conheceram a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

A partir daquele momento um novo horizonte abriu a nossa frente. Aqueles jovens trouxeram as respostas que meus pais procuravam para a vida espiritual mas ao mesmo tempo trouxeram uma janela de oportunidade em vários outros aspectos. E acima de tudo, naquela ocasião, aqueles jovens americanos colocaram um sonho dentro de mim: “um dia você vai poder estudar nos Estados Unidos”.

De alguma forma esse sonho nunca mais saiu de dentro de mim.

Eu tive dois momentos em que fui para os Estados Unidos. Com a idade de 17 anos, pedi a conta de um trabalho que eu tinha em Curitiba e minha mãe não queria que eu viajasse. Ela achava que eu era muito jovem, que ia ser muito perigoso.

Meu pai por outro lado mais racional, ele disse: “filho eu te dou autorização mas você sabe que eu não tenho dinheiro para te dar”. Eu tinha objetivo, eu tinha o sonho e o desejo, mas não tinha o recurso.

Naquele momento eu sai de Curitiba com 100,00 Dólares no bolso. Hoje, a nota de 100,00 dólares pra mim tem um grande significado porque lembra a primeira vez que eu sai de casa para os Estados Unidos com apenas 100,00 dólares no Bolso.

Naquela época os voos internacionais aqui do Brasil saiam de Campinas. Quando eu estava sobrevoando Nova York para aterrissar no Jonh F. Kennedy eu conseguia ver lá embaixo aquelas avenidas movimentadas, aqueles carros, sabe qual foi o sentimento que eu tive naquele momento?

Como um astronauta que estava pousando na lua. Um sentimento de estar virando uma página da vida e começando um novo capítulo. Naquele momento, novamente aqueles jovens missionários tiveram um grande impacto na minha vida, porque foram eles que foram o ponto de apoio que eu precisava e que eu recebi, quando estava sozinho nos Estados Unidos.

Depois que retornei para o Brasil, já agora com 19 anos, dentro da Igreja Mormon tem um programa que nós chamamos de “Trabalho Missionário” ou seja, os jovens se apresentam para servir a uma missão. Eu me apresentei, fui chamado para ficar dois anos em Portugal.

Depois de dois anos eu volto para o Brasil, e encontra a mulher da minha vida. Quando eu estava no momento do casamento, eu ganhava um salário mínimo por mês. A minha noiva ganhava dois. Então eu fiz a matemática: com 3 salários já dá pra casar kkk.

Aconteceu que alguns dias antes do casamento, meu futuro sogro veio até a casa dos meus pais pra conversar sobre os preparativos e daí meu pai falou uma frase que eu jamais esquecerei: “seu Raul, conhecendo meu filho como eu conheço, se eu fosse você não deixaria minha filha se casar com ele” kkkkkk.

Pela segunda vez que eu vou para os Estados Unidos tinha 26 anos. Agora já era casado, tinha dois filhos gêmeos, o Charles e o Lincoln e eu com a esposa vamos para a universidade nos Estados Unidos, onde naquela época o meu grande sonho era fazer a faculdade, terminar o curso superior, conseguir um estágio nos Estados Unidos, retornar para o Brasil e seguir uma carreira como executivo.

Acontece que enquanto eu estava nos Estados Unidos nessa universidade, eles possuem o maior centro de idiomas do mundo. Eu sendo brasileiro tive a oportunidade de dar aulas de português nesse centro de idiomas da universidade. Sem eu saber, naquele momento eu estava sendo preparado profissionalmente para aquilo que mais tarde seria exatamente o meu grande projeto de vida.

Eu retorno para o Brasil, e começo a minha vida de executivo, de segunda a sexta, das 8 da manhã as 18 horas. Até que um dia um colega de trabalho faz a seguinte pergunta: “Carlos, será que você poderia nos dar algumas aulas de Inglês a noite?”.

Então dessa maneira, eu começo lecionando na minha casa para 3 alunos. Até que chegou um momento que eu não tinha mais tempo livre à noite e não conseguia ver aquelas aulas como literalmente um caminho que seria uma fonte de renda digamos bastante saudável e reconhecida e prospera.

Eu confesso pra você que eu me retirei para um período de introspecção pessoal. Foi naquele momento de introspecção, reflexão e meditação que a resposta veio: “O caminho que você deve seguir, é o caminho da educação, transformar essas aulas de inglês em um projeto comercial e através desse projeto comercial, envolver mais pessoas e de modo tal que ele se transforme em um projeto gigante”.

No ano de 1987, nascia no Brasil a ABF, associação brasileiro de Franchising, então ascendeu aquele luz: “a expansão deve acontecer através do sistema de franquias”. Então, todos os cursos, todos os seminários, fóruns, convenções, treinamentos que tinham da matéria franchising, eu fazia questão de estar presente. E assim que a associação foi formada, tenho a grata satisfação de dizer que sou um dos membros fundadores da associação.

Eu participei de todo o processo de desenvolvimento de franchising no Brasil nas últimas 3 décadas.

Na minha visão bastante modesta e limitada na época, eu imaginava o seguinte: “se nós vamos desenvolver um modelo de escolas nós precisamos encontrar professores”.

Eu me lembro que nós chegamos a ter mais de 100 professores que usavam a nossa metodologia, muitos professores, se contentavam tão somente em dar algumas aulas por dia. Eles não tinham o espirito empreendedor, a visão empreendedora.

A partir do momento em que eles tinham alunos na parte da manhã, da tarde e da noite, eles já estavam satisfeitos. Quando nós observamos essa característica e esse resultado, nós imediatamente deixamos de procurar professores como representantes e passamos a buscar empreendedores, executivos experientes na gestão de negócios. A partir daquele momento, foi um processo sem retorno.

Entre as benções que Deus me deu tem uma que eu tenho assim um carinho e prezo muito, são meus filhos mais velhos. Eles, também foram para os Estados Unidos estudar e eles voltaram para o Brasil, com a seguinte pergunta: “Pai e agora o que eu vou fazer profissionalmente?”.

E eu disse que eles poderiam entrar para o negócio da família e trabalhar na empresa que o Pai fundou ou vocês podem fazer um voo solo. E eu vou dar a liberdade de escolha e vou apoiar qual seja a sua escolha. Se vocês optarem m vir par ao negócio da família, vocês serão muito bem-vindos mas a permanência vai ser tão somente baseada no resultado positivo.

Eu acho que essa transparência e ao mesmo tempo essa liberdade de escolha foi fundamental. Foi uma grande benção porque não somente se identificaram com o setor como tinham competência de fazer a diferença no setor.

Qual foi a grande inovação que esses filhos gêmeos trouxeram para o sistema?

Eles disseram: “Pai, nós temos que olhar o mercado e começar a fazer aquisições de empresas e formar um grupo econômico”.

Minha primeira reação foi de resistência: “Pai, se nós não comprarmos a nossa concorrência, algum grupo estrangeiro vai chegar no Brasil e vai comprar. E quando isso acontecer, nós ficaremos reféns da situação”.

Quando eles disseram isso, claramente consegui ver a visão que eles tinham de mercado, a compreensão, a maturidade, e foi exatamente o que aconteceu. Nós passamos a adquirir várias empresas de educação, formamos um grupo forte e paralelamente logo começamos a ver a movimentação de grupos de investidores internacionais vindo para o Brasil em busca de oportunidade de investimento.

Eu acredito que a pessoa fundamental na minha vida foi minha esposa. Eu fui para os Estados Unidos com a idade de 26 anos e entrar na faculdade. Depois eu recebi o boletim pela primeira vez nos Estados Unidos e com as notas péssimas e quando eu cheguei em casa, ela viu que eu estava abatido.

“O que aconteceu meu bem” – Ela disse. Eu mostrei pra ela o boletim assim como uma criança mostra o boletim para os pais e ela disse que eu não tinha ido muito bem.

“E agora, o que você vai fazer?” – Ela perguntou.

“Nós vamos fazer as malas e vamos embora daqui” – Eu respondi. Ela disse o seguinte: “Carlos, você não vai dizer pra mim que nós fizemos todo esse sacrifício, deixamos tudo que nós deixamos pra você vir para os Estados Unidos para desistir do primeiro semestre? Ponha uma coisa em sua cabeça, você só vai sair daqui quando tiver formado”.

Se não fosse por ela, a Wizzard como conhecemos talvez nunca tivesse existido. Ter as pessoas certas ao seu lado realmente não tem preço e mudou completamente as nossas vidas. Essa persistência de minha mulher em frente a uma desistência minha por simplesmente querer fugir por não conseguir boas notas, foi o que fez a Wizzard ser o que é hoje.

Depois dela ser tão clara comigo, eu não tive muita escolha.

Felizmente ao longo de todo esse percurso eu mantive uma frase dentro de mim que acho que foi um grande guia: “Nunca desista”.

Hoje, quando faço palestras, apresentações, os livros que escrevo, eu uso muito essa frase: “se você tem um sonho, acredita no teu sonho.” Eu gerei um sistema que criou uma riqueza nãos somente pra mim ou para minha família mas tem um riqueza compartilhada.

Uma grande satisfação que tenho é que nos últimos anos ter ajudado a mais de 100 brasileiros entrarem para a lista de milionários do país.


Observações finais:

Os seres humanos são programados para ver uma história assim e usar como motivação. Eu não acho ruim porém não me sinto comovido de forma alguma com uma história assim.

Gabriel, como não?

Há muito tempo atrás eu criei a Fórmula do sucesso. A Fórmula do Sucesso explica porque várias pessoas são bem sucedidas. A fórmula tem 18 passos e a partir do momento em que você compreende esses 18 passos, você descobre como se tornar alguém de sucesso.

Outra coisa que não me chama atenção nessa história é justamente o fato do foco das pessoas nos resultados. Eu sempre digo que uma base sólida e o respeito ao processo é o que te levará longe. Resultados são consequências de diversos fatores como concorrência, oportunidade, recursos, competência, capacidade, e assim por diante.

Existem muitas lições importantes na história de Carlos Wizzard:

     1.     Ele usou a “adaptação natural” ao invés da adaptação consciente.

Isso significa que ele não conectou os pontos até que começou a dar aulas de inglês em sua casa e percebeu que não estava dando conta. Somente então ele pensou em abrir um negócio. Hoje em dia, a adaptação natural foi trocada pela adaptação consciente ou seja, procurar as oportunidades muito antes de conectar os primeiros pontos.

É a adaptação consciente que está criando os novos milionários.

    2.     É impossível que todos sejam milionários. É necessário que milhões de pessoas sejam pobres para que algumas pessoas possam ser milionárias. É assim que o sistema atual é e é uma total injustiça. O novo sistema irá resolver isso.

    3.     A frase “nunca desista” é uma frase que você precisa tomar muito cuidado em como irá aplica-la. Nunca desistir de algo que não tem futuro é tolice. Se seu negócio, sonho ou objetivo de vida não tem futuro ou é negativo em relação a recursos é melhor desistir até conseguir os recursos.

    4.     Tudo tem seu tempo. Não adianta forçar. A Wizzard somente se tornou o que é no momento ideal. De forma simples, se você tem algum sonho ou objetivo entenda que tudo tem seu tempo e existem diversos fatores que influenciam seus resultados.

     5.     Tenha pessoas ao seu lado que acrescentem e te faça buscar ser melhor. No caso a esposa e os filhos, é um dos pilares de Carlos Wizzard porque quando ele queria desistir a esposa o fez continuar e quando ele criou resistência para uma boa oportunidade, os filhos abriram-lhe os olhos. Se a esposa dele não o tivesse incentivado a continuar estudando e se os filhos não dissessem o que ele deveria fazer, a Wizzard nunca seria o que é e a história de Carlos Wizzard não seria a história que é.

    6.     Dificuldades fazem parte do processo. Em nenhum momento Carlos não teve dificuldades. Desde o primeiro momento em que foi para os Estados Unidos, até mesmo depois que a empresa foi estruturada. Podemos ter certeza que raramente ou nunca iremos conquistar algo sem existir dificuldades e se pensarmos em desistir toda vez que algo ruim acontece, nós nunca seremos nada. Essa é a verdade. Sendo assim, a lição aqui é para analisar a dificuldade e focar-se na solução ao invés de se focar na dor ou no problema. Mentes pequenas quando encontram dificuldades, focam-se na dor, no problema, e por causa disso ficam cegas por muito tempo. Grandes mentes sempre focam-se em como acabar com o problema com uma excelente solução ou como dar a volta no problema e conseguir dar o próximo passo.

Na vida sempre teremos dificuldades e isso é normal, mas jamais meça o tamanho de um homem por causa de seus resultados. Sempre analise um homem pela base que ele tem e pelo respeito ao processo. Não importa o quão bem sucedida seja a pessoa, se ela não tem uma base sólida e não respeita o processo, o sucesso dela tem muito mais a ver com a sorte do que com a competência. E cada vez mais as pessoas bem sucedidas no mundo são pessoas competentes ou seja, pessoas que criam uma base sólida, que respeitam o processo e naturalmente alcançam excelentes resultados.

Porém, não pense que criar uma base sólida e respeitar todo o processo, significa que você também será bem sucedido. Sua mentalidade estaria errada assim. O correto é você entender que se você fosse o único a fazer algo, suas chances de sucesso seriam gigantescas. Mas, você não é o único e existem várias pessoas tão competentes ou mais competentes que você. Logo ficar acreditando no sucesso é perda de tempo. O correto é se focar na fórmula do Sucesso e acreditar que a Fórmula irá guiar o seu caminho.

A maioria das pessoas dependem da “sorte” para o sucesso. Você precisa aprender a depender da competência e de agarrar as oportunidades da vida.

Se Carlos Wizzard ganha milhões, não tem nada demais. Ele não é um ser humano extraordinário ou incrível por causa de seus resultados. E se você é alguém que mede um homem pelo tamanho de seus resultados, você se coloca em uma posição que pode ser facilmente enganado. Como gosto de dizer, quem não entende sua própria programação age instintivamente como um animal. O ser humano precisa alcançar o próximo nível, caso contrário sempre irá ficar admirando coisas sem necessidades como por exemplo, virar um fã fanático de alguém pelo simples fato da pessoa ser bem sucedida.

Eu conheço pessoas que valem muito mais que o que Neymar ganha e muito mais do que Carlos Wizzard porém essas pessoas não tem o mesmo sucesso ou seja, os mesmos resultados e por causa disso são taxadas de inferiores ou piores. Essas pessoas que poucos conhecem ou sabem quem são, possuem uma base sólida, possuem um respeito incrível ao processo porém como eu disse, e como a fórmula do sucesso explica, o sucesso não acontece como queremos. E esse é o jogo.


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